domingo, 22 de agosto de 2010

Cultivos , Testes e Repercussão no Mundo

Repercussão no mundo

As primeiras experiências de campo com plantas transgênicas foram feitas em 1986, nos EUA e na França. Até 1995, 56 diferentes culturas foram testadas em 34 paises, com mais de 3.500 experimentos em mais de 15 mil áreas. Entre 1996 e 1997, outros 11 paises juntaram-se aos pioneiros, acrescentando outras 10 mil experiências às realizadas anteriormente. As culturas que envolveram mais testes foram as de soja, tomate, milho, canola, algodão e batata. As características inseridas foram principalmente tolerância a herbicidas, qualidade do produto, resistências a vírus e insetos.

Primeiro país a comercializar plantas transgênicas, a China pôs no mercado, em 1994, o fumo e o tomate resistente a vírus. No mesmo ano uma empresa americana conseguiu aprovar um tomate cujo amadurecimento era atrasado. A área de cultivo de transgênicos no mundo deu um salto, de 1,7 milhões de hectares em 1996, e cresceu para 27,8 milhões em 1998.

O uso de plantas geneticamente modificadas tem gerado uma séria polêmica em diversos países, no que diz respeito à biossegurança e a rotulagem dos produtos comercializados. As empresas de biotecnologia buscam associar os cultivos transgênicos ao novo paradigma agrícola, capaz de resolver os problemas mundiais de alimentação e saúde, visto que aumentaria a produtividade de variadas culturas, nomeadamente cereais.

Porém, a sociedade já percebeu que a pressão e a urgência para a introdução dos cultivos geneticamente modificados nada têm a ver com a solução da fome e da pobreza dos países do Terceiro Mundo, nem com a proteção ambiental. Mas, sim, com o retorno imediato dos altíssimos investimentos feitos por estas grandes companhias, prevalecendo, os interesses comerciais. O do ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, revela que o problema da fome no mundo hoje não é ligado à escassez de alimentos ou à baixa produção, mas, à injusta distribuição de alimentos em função da baixa renda das populações pobres.

A biotecnologia não pode isoladamente resolver todos os problemas da fome, podendo fazer parte de um programa de crescimento global da agricultura, baseado no desenvolvimento econômico e educacional.

Países como Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Japão e França, têm demonstrado oposição aos transgênicos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Archer Daniel Midland Co. e A. E. Staley Manufacturing Co., dois dos maiores produtores mundiais de milho, anunciaram que não aceitarão variedades de milho geneticamente modificadas. Já, no Japão, de 3.300 associações, 2.200 tem solicitado do governo nacional uma identificação obrigatória para os alimentos geneticamente modificados.

Na Inglaterra, estudos confirmaram que ratos  alimentados com batatas modificadas geneticamente sofreram danos importantes no seu desenvolvimento.

Na França testes em laboratórios demonstraram que milho semeado em campos vizinhos sofreu contaminação através do pólen de uma variedade de milho transgênico desenvolvido pela Novartis (BT-176). O risco desta polinização cruzada de plantas geneticamente modificadas com seus parentes selvagens foi sugerido como um grande problema para a liberação de plantas transgênicas. Acreditava-se que o fluxo gênico entre espécies selvagens e cultivadas  e trabalhadas pelos laboratórios, como nanismo, ausência de dormência seriam desinteressantes às plantas selvagens.

Atualmente, a reação negativa que os transgênicos causam em produtores, consumidores e governos continua crescendo pelo mundo.
Jeremy Tager um dos membros do Greenpeace afirma que “Governos, produtores e consumidores por todo o mundo reconhecem cada vez mais que a engenharia genética não é confiável, nem viável, além de ser perigosa”.

O recente escândalo do arroz contaminado nos Estados Unidos por um produto geneticamente modificado foi de iminente epidemia. Alguns países estão banindo os OGM’s(Organismos Genéticamente Modificados) como um todo.

Em agosto de 2006, o governo americano anunciou que quantias significativas de arroz do país foram contaminadas com uma variedade geneticamente modificada não aprovada da Bayer. A notícia provocou fortes reações de produtores e processadores de arroz, e também de governos de outros países, causando sérios problemas às exportações americanas do produto, praticamente reduzidas à zero.

Grande parte das polêmicas originadas com a questão dos transgênicos está diretamente relacionada ao seu efeito na economia mundial. Países atualmente bem estabelecidos economicamente e que tiveram sua economia baseada nos avanços da chamada genética clássica, são contra as inovações tecnológicas dos transgênicos. A Europa, por exemplo, possui uma agricultura familiar baseada em cultivares desenvolvido durante séculos e que não tem condições de competir com países que além de possuir grandes extensões de terra, poderiam agora cultivar os transgênicos.

Testes e Cultivo

A avaliação de plantas transgênicas deve ser feita para verificar se o vegetal incorporou o transgene sem causar danos às outras funções da planta, à qualidade do produto ou ao ecossistema ao qual vai se integrar. As observações abrangem: atividade do gene inserido; herança estável do gene; efeitos não previstos no crescimento, na qualidade e no rendimento da planta.

Passar nesses testes não significa uso imediato da planta no campo, mas o cruzamento com variedades aperfeiçoadas da planta. Isso ocorre porque poucas variedades conseguem uma transformação bem-sucedida e não possuem características relevantes para o produtor e o consumidor. O cruzamento inicial é seguido por vários outros, a fim de recuperar ao máximo do genoma da variedade aperfeiçoada enquanto o transgene é assimilado.

A etapa posterior envolve testes em vários locais variados (estufas, solo para cultivos experimentais), com duração de alguns anos, para avaliar o desempenho do transgene e seus efeitos.


No ano de 2006, o cultivo de organismos geneticamente modificados ultrapassou, em todo o mundo, a marca dos 102 milhões de hectares . A média internacional do ritmo de crescimento da área plantada foi de 13%, e no Brasil o avanço dos transgênicos foi de 22% em relação a 2005, passando de 9,4 milhões para 11,5 milhões de hectares. Um marco histórico, sendo a primeira vez que lavouras biotecnológicas foram plantadas em mais de 100 milhões de hectares em  apenas um ano.

A soja transgênica continua sendo a cultura biotecnológica mais importante em 2006, ocupando 58,6 milhões de hectares (57% da área global de agricultura biotecnológica), seguida pelo milho (25,2 milhões de hectares a 25%), pelo algodão (13,4 milhões de hectares a 13%) e pela canola (4,8 milhões de hectares ou 5% da área global de cultivo de lavouras biotecnológicas).


Área Global de Lavouras biotecnológicas em 2006: por País (Milhões de Hectares)


Posição        País                       Área                             Lavouras GM  

1º                  Estados Unidos         54,6                              Soja,  milho, algodão, canola, abóbora, papaia

2º                 Argentina                   18                                  Soja, milho, algodão

3º                 Brasil                         11,5                               Soja, Algodão

4º                 Canadá                      06,1                               Canola, Milho e soja

5º                 Índia                          03,8                                Algodão

6º                 China                        03,5                                Algodão

7º                 Paraguai                    02,0                               Soja

Fonte: Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) 2006



Natália de Magalhães


Fontes:
biosonialopes.editorasaraiva.com.br acessado: 07/08/2010
http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/transgenicos/index.htm acessado: 08/08/2010
http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/transgenicos.htm acessado: 07/08/2010
ciencia.hsw.uol.com.br acessado: 08/08/2010
http://www.novoeste.com/news_2220_Aumenta-a-desconfianca-sobre-os-transg%EAnicos-no-mundo.html acessado: 13/08/2010

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